Sou Kelly mais conhecida como a mãe do Igor.
Igor é um albininho hoje com 10 anos cursando o 6º Ano (antiga 5ª série), quando eles nasceu todos no hospital achavam que ele era Russo, Alemão era atração do berçário pois era o único loiro e olhos azuis, ficou conhecido como Supla (naquela época a Casa do Artista estava no auge).
Não soube nada no hospital achava que ele havia nascido loiro e branco e pronto.
Próximo a completar um mês de vida levei-o ao pediatra para começar aquela rotina de recém nascidos, foi ai que começou minha historia com Albinismo.
Quando cheguei ao pediatra e começou a examinar o Igor me disse:
- Mãe! A senhora sabe que seu filho é albino?
Respondi:
- Sei. (mentira, não tinha nem noção do era ser albino)
Continuo a examina-ló e disse:
- Mãe! Esse menino é cego !
Sai igual louca daquele consultório liguei correndo para minha mãe e contei o que o médico falou, minha mãe disse:
- Kelly então ele é igual aquele rapaz “branco” que tem lá na vila.
Respondi:
- Magina! Meu filho não pode ser “isso” nem cego esse médico esta doído.
Comecei a leva-ló em outros médicos, cada um falava uma coisa sobre sua visão só tinha uma certeza, ele é albino. Para mim naquela época ser Albino era uma coisa terrível, uma doença sem cura um câncer, eu não sabia de nada e não queria aceitar.
Continuei a buscar médicos que me explicasse, foi aí que conheci o Dr. Carlos Eduardo Oftalmologista que me explicou o que era Albinismo e que meu filho não era cego, tinha apenas Visão Sub Normal, me falou do trabalho na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e comecei então a levar meu filho lá.
Cheguei na Santa Casa Igor estava com 03 meses de idade, lá encontrei o apoio que precisava, tirei as duvidas que tinha, participei de oficina pedagógicas, conversei com outras mães, outras crianças albinas, aprendi a importância do uso do protetor solar, dos óculos, Igor com 7 meses já usava óculos. A Santa Casa e a Dra. Luciana Cardoso foram imprescindíveis para meu crescimento como mãe, mulher, ser humano, quando eu encontrava um albino na rua eu atravessava a rua, por pura ignorância, falta de conhecimento de informação.
Ser mãe do Igor para mim é ser especial, não sou mais uma mãe, sou á Mãe.
A mãe que luta para fazer valer a inclusão social, a inclusão escolar, direitos á saúde, a proteção, ter uma vida digna.
O Igor é um presente de Deus, sei que o mundo lá fora é cruel tento a cada dia fazer dele um menino forte para ser um homem forte, sábio, valorizo e mostro para ele diariamente sua beleza.
Tem dias que ele fala que odeia ser albino, e isso me machuca se pudesse trocaria de lugar com ele.
Costumo dizer que ser mãe de um Albino não é fácil, mas se fosse fácil não seria para mim.
Eu seria apenas uma mãe e não á Mãe do Igor.
Igor e Dra. Luciana
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