terça-feira, 24 de abril de 2012

Educação Inclusiva, Eu vivo!

Aos que me conhecem pessoalente sabe a luta que enfrento para fazer valer a inclusão escolar, pois a falta de conhecimento e treinamento dos professores da Rede Publica é incrivel, e seu eu não vou á escola e aviso que meu filho tem baixa visão talvez passe até despercebido, as pessoas não tem ideia de como uma pessoa com baixa visão enxerga espero que este texto retirado do Ministerio da Educação Especial possa ajudar um pouco os professores a melhorar a qualdiade de ensino dos portadores de Visão Sub Normal.

 

Educação da criança com baixa visão
Como os professores podem ajudar as crianças com baixa visão na sala de aula?
Os professores desempenham um importante papel no processo de integração da criança com baixa visão, inicialmente preparando a classe para recebê-la e, posteriormente, ajudando-a a se familiarizar com o meio físico e com os colegas.

Outra acção importante do professor é propiciar meios para a utilização da visão residual da criança.

Como melhorar a eficiência visual da criança com baixa visão?
Isso pode ser realizado com o auxílio de meios ópticos e não ópticos. Os auxílios ópticos são específicos para as necessidades visuais de cada criança e dividem-se fundamentalmente em duas categorias: os que ampliam a imagem para perto, permitindo a leitura de material impresso, e os que ampliam as imagens para longe, possibilitando, por exemplo, acompanhar o que está sendo exposto no quadro.

Em princípio, as crianças com baixa visão devem ser colocadas nas cadeiras da frente na sala de aula e em posição que evite muita reflexão de luz sobre a lousa.

A) Recursos ópticos - São lentes que possibilitam o aumento das imagens.

Para perto:
Para perto utilizamos lentes positivas de grau geralmente elevado. Muitas vezes optamos apenas pela correcção do melhor olho, pela dificuldade de se obter visão simultânea em ambos os olhos com auxílios ópticos. Ressalta-se que quando utilizamos um sistema óptico que aumente o tamanho da imagem, diminuímos o campo de visão, ou seja, a área focada é menor do que o normal. Pode-se também fazer uso de lupas manuais ou de apoio, com aumentos variáveis que propiciem maior conforto e eficiência na leitura.

As lupas manuais são bastante práticas, pois podem ser levadas em bolsos, mas podem representar um problema para a leitura mais prolongada ou quando temos alguma dificuldade em segurá-las firmemente. Devem ser mantidas próximas ao material de leitura.

Nos casos de leitura prolongada, as lupas de apoio são de grande valia. Elas apresentam a vantagem de sua base já as colocarem na distância correcta de utilização em relação ao material de leitura ou estudo, variando, assim, apenas a posição do olho do observador.

Para longe:
Para melhorar a visão de longe, utilizam-se sistemas telescópicos (telelupas)que podem ser monoculares (em um olho) ou binoculares (nos dois olhos).

Tais auxílios são, em geral, usados estaticamente, isto é, quando o indivíduo está parado, pois o campo visual fica reduzido e a percepção de distância alterada. Habitualmente são monoculares e presos ao pescoço por uma alça. São os únicos auxílios ópticos empregados para longe e utilizados pelas crianças para observar o quadro negro, assistir à TV, reconhecer o autocarro ou pessoas. Também como regra, quanto mais poderosa, menor é o campo de visão (área de visão) e exigem alguma destreza manual e treinamento para a sua utilização.

Lentes filtrantes que diminuem os reflexos de luz e possibilitam maior contraste podem ser adicionadas à correcção óptica, levando a um maior conforto e eficiência.

B) Recursos não ópticos
São recursos que não utilizam lentes para melhorar o desempenho visual. Na sala de aula, devem ser disponibilizados na medida do possível:

- iluminação adequada;
- apoio adequado para leitura e escrita;
- cadernos com pautas ampliadas;
- lápis 6B ou 3B;
- canetas hidrográficas que permitem maior contraste;
- livros didácticos com tipos ampliados;
- chapéus e bonés podem ajudar a diminuir a reflexão excessiva da luz em ambiente externo;
- guia de leitura - a leitura pode ser facilitada com o uso de uma régua para marcar a linha ou uma cartolina preta com uma abertura no centro, que serve para destacar uma ou mais linhas;

Uma cartolina preta com abertura ao centro

Importância da iluminação
Uma iluminação adequada é fundamental para qualquer pessoa durante a leitura e extremamente importante para o bom desempenho do portador de baixa visão, que geralmente necessita de maior iluminação.

A fonte de luz deve ser posicionada próxima ao material de leitura; candeeiros com braços ajustáveis são muito úteis para esta finalidade.

Nem todos os pacientes beneficiam com a incidência directa de luz, sendo importante experimentar diversas posições e estilos para encontrar a que mais se adapta às condições individuais. Algumas condições específicas como o albinismo e a aniridia (ausência de íris) tornam a retina extremamente sensível ao excesso de iluminação, sendo necessárias lentes filtrantes especiais.

Observação: Uma vez realizada a consulta médica e seleccionados os auxílios mais adequados a cada caso, a criança deve ser treinada a usá-los para que possa se familiarizar com as vantagens e limitações desses recursos.

Quais os direitos da criança com baixa visão?
As crianças com baixa visão tem os mesmos direitos das outras crianças, principalmente frequentar uma escola para que possa desenvolver plenamente seus potenciais e sociabilizar-se.

O processo educacional e pedagógico é igual ao da criança com visão total?
Cada criança é única. Deve-se respeitar o seu tempo e a sua capacidade de entender e encarar os factos.

Uma criança mais agitada não pode ser comparada a uma criança mais retraída, pois são personalidades diferentes. Cada qual terá seu jeito de assimilar os factos.

Uma criança com baixa visão não pode ser comparada a uma criança que enxerga totalmente. Seu rendimento em classe é diferente, mas ela não deixará de aprender e de se desenvolver.

O conteúdo disciplinar que a classe recebe é único, porém, a maneira da criança absorver esse conteúdo é particular. Umas podem exigir mais horas e diferentes explicações, por parte do professor, para compreensão dos factos.

O mesmo se dá com a criança com baixa visão: o conteúdo educacional será o mesmo das outras crianças de sua série, mas algumas poderão necessitar de um auxílio especializado do professor da classe normal ou professor especializado.

E quanto às actividades como educação física, recreio, passeios fora da escola?
Algumas crianças com acentuada baixa de visão preferirão deixar de fazer certos desportos durante a educação física. Para essas crianças, pode ser desenvolvido um programa de educação física diferente das demais.

Já no recreio, a criança deverá receber orientação inicial para conhecer bem o pátio e adquirir independência.

Nos passeios fora da escola (teatros, museus), cabe à direcção relatar a existência de crianças com alterações visuais, que necessitam chegar mais perto para ver melhor, além dos cuidados com a locomoção em ambientes desconhecidos.

As crianças com baixa visão precisarão de psicólogos ou outros profissionais?
A necessidade de psicólogos e terapeutas dependerá de cada criança, de como ela se relaciona com os colegas, a família, os professores e como assimila o aprendizado.

O oftalmologista, além do exame de rotina, deve ser uma fonte de informações para o professor sobre o uso da visão residual e a evolução futura da doença.

Como falar com os pais dessa criança?
A escola deverá orientar os pais sobre a melhor maneira dessa criança desenvolver seu potencial, em casa e socialmente.

Há necessidade de esclarecimento e troca de informações em reuniões periódicas com os profissionais envolvidos (professores de classe comum e de educação especial, oftalmologistas, psicólogos, pais).

O que o professor precisa saber do médico oftalmologista sobre a criança com baixa visão?
Primeiramente é preciso saber qual é a causa da baixa visão, onde se localiza a doença, como a doença altera a visão (limitações e potencialidades), qual é a sua evolução (prognóstico) e quais são os cuidados especiais necessários.

Com estes dados, a escola pode colaborar com o desenvolvimento da eficiência visual da criança e sua inclusão na escola e na sociedade.

A escola deverá passar por mudanças em seu ambiente físico?
Normalmente, a criança com baixa visão deverá ser capaz de passar pelos obstáculos existentes após treino com o professor. Ela deverá ser capaz de subir e descer escadas, passar por buracos no chão, passar por áreas com pouca luz etc.

Se houver necessidade de um guia, o professor ou um colega de classe poderá fazer esse papel.

Algumas medidas podem ser adoptadas, como manter as portas sempre bem abertas ou fechadas. Evitar portas entreabertas, gavetas mal fechadas, objectos espalhados pelo chão e pisos escorregadios.

O professor terá mais trabalho ao atender as crianças com baixa visão?
O papel do professor é fundamental para o desempenho da criança portadora de baixa visão. Essas crianças necessitam de mais atenção e carinho.

O professor deverá deixar a criança chegar perto do quadro negro, se for necessário; ajudar no auxílio não óptico; orientar a classe para receber essa criança e seu auxílio óptico; preparar material didáctica, quando necessário. Enfim, são várias tarefas que darão mais trabalho, mas trarão muita satisfação.

Observação: Não se deve assumir total responsabilidade pela criança com baixa visão, fazendo tudo por ela e evitando que se canse ou se machuque. Ela deve ser responsável pelas próprias acções.

A criança precisará de orientação em relação à mobilidade?
O professor de classe comum, na ausência do professor especializado, orientará a criança sobre como se locomover sozinha. Porém, se a visão for muito baixa e ela necessitar de um guia para andar, a professora e os colegas poderão servir de guia.

Como o professor deve se expressar quando a criança com baixa visão estiver na classe?
Normalmente, na nossa linguagem, utilizamos expressões coloquiais, tais como: "viu só", "você viu aquilo?", "vejo você mais tarde" - que não necessariamente estão querendo questionar se a criança viu ou não, mas se ela se deu conta ou se percebeu algo. Por isso, não há necessidade de evitar essas frases.

Conselhos para o professor que receberá a criança com baixa visão na classe

1) Converse com a classe sobre a presença da criança com baixa visão. Leve temas sobre o desenvolvimento visual dos seres humanos e dos animais para serem debatidos na classe.

2) Apresente a criança ao grupo e encoraje-a a responder às perguntas que porventura surgirem.

3) inclua a criança com baixa visão em todas as actividades (artes, ginástica, música). Se houver necessidade de equipamentos especiais, devem ser adaptados a cada tarefa.

4) Todas as normas de disciplina aplicadas às outras crianças devem ser aplicadas à criança com baixa visão.

5) Encoraje a criança com baixa visão a se locomover pela classe, na escola e no pátio, para que essa exploração lhe forneça informações preciosas sobre a escola.

6) Explique a rotina da classe.

7) Algumas tarefas que exigem percepção visual a longa distância devem ser verbalizadas para a criança. Ex.: feições, placares, alvos, jogos de futebol etc.

8) Providencie um canto no armário para acomodar o material que será necessário (cadernos com linhas mais grossas, foco de luz, livros com letras ampliadas).

9) Afirme para a criança com baixa visão que ela poderá pedir ajuda quando necessitar.

10) Respeite o limite da criança e, se ela não pedir auxílio, não o dê. Porém, se perceber que essa criança está deixando de fazer a tarefa por constrangimento, medo ou insegurança em pedir ajuda, converse com ela em particular e esclareça o papel do professor na classe. Se necessário, peça auxílio aos outros componentes da equipe escolar.

11) Caso haja debate na classe, mencione o nome de quem está falando. Às vezes, devido à distância, ela não conseguirá saber quem está falando e nem sempre o tom de voz é de fácil reconhecimento.

12) Algumas crianças com visão muito baixa podem apresentar certos tiques, que chamamos de "maneirismos". Por exemplo: balançar o corpo ou colocar as mãos sobre os olhos. Esse tipo de comportamento deve ser desencorajado. O professor deve estimular a criança a não praticar essa acção.

13) Se houver uma janela na sala de aula, deixe que a criança que necessita de mais luz para ler e escrever se sente próximo a ela.

14) Se necessário, providencie um foco de luz para ajudar nas tarefas para perto.

15) Dependendo da doença ocular, a criança poderá preferir menos luz para executar suas tarefas.

16) Encorajar sempre o uso da visão residual.

17) Caso a criança não consiga copiar o que está no quadro negro:
- deixe-a chegar perto do quadro;
- reforce o uso de auxílio óptico;
- entregue cópia do que será colocado no quadro;
- permita que a criança grave a aula;
- dite vagarosamente as palavras que serão colocadas no quadro;
- permita que ela copie no caderno anotações do colega;
- no computador, deixe a criança ampliar o corpo da letra tanto quanto for necessário.

18) Auxiliares não ópticos também são: letras ampliadas, números ampliados, mapas escolares ampliados, figuras ampliadas e provas ampliadas.

19) Se houver necessidade, marcar reforço extra-classe para essa criança tirar suas dúvidas fora do horário escolar.

20) Caso haja necessidade, faça prova oral em vez de prova escrita.

21) Como a criança com baixa acuidade visual pode apresentar cansaço visual, convém que o professor intercale as actividades de leitura e escrita com actividades orais.

O que o professor deve observar na classe para determinar se outras criança têm problemas visuais?

Em primeiro lugar, é necessário salientar que a criança dificilmente conseguirá verbalizar as mudanças visuais que ocorrem com ela. O professor deve ficar atento às seguintes manifestações:

  • Modificações físicas na área dos olhos (pupilas brancas, vesguice etc.)
  • Dificuldade de se locomover, tombos frequentes, tropeções, esbarrões nos batentes das portas.
  • Dificuldade em copiar a matéria, ler, desenhar.
  • Comportamento diferente do anterior: mais tímida, medrosa, com medo de se expor, principalmente em brincadeiras ao ar livre. Fica irritadiça.
  • Observar se a criança aproxima objectos e livros dos olhos com frequência.
  • Observar se a criança tem aversão à luz ou necessita de muita luz para suas tarefas.
  • Observar se a criança apresenta dor de cabeça, lacrimejamento ou desinteresse pelo que ocorre a uma certa distância.

Nesses casos, o professor deve comunicar à direcção da escola/pais a necessidade da criança passar por exame oftalmológico.

O esforço visual prejudica a visão? Acabará com o pouco de visão que resta nessas crianças?
O esforço visual não enfraquece a visão. O desenvolvimento da visão está relacionado com os estímulos visuais. Portanto, é importante deixar a criança usar a sua visão para poder desenvolvê-la. Assim, nenhum esforço visual é prejudicial ao olho, ao contrário, é um exercício para a visão, e também não acabará com o resto da visão que a criança tem.

Computador, jogos vídeo e TV são prejudiciais às crianças com baixa visão?
O estímulo visual, ao contrário do que alguns pensam, favorece a rápida compreensão da leitura. O uso de computador ou dos jogos vídeo exige um esforço visual que pode levar ao cansaço, mas não causa lesão nos olhos. A causa do cansaço pode ser o excesso dessa actividade. Da mesma maneira a televisão também não causa lesões oculares e, portanto, não prejudica a visão.

A criança cega ou com baixa visão pode ir para a escola comum?
A criança cega ou com baixa visão deve frequentar a classe comum pois é uma criança como outra qualquer. Só não enxerga como as outras.

Talvez também necessite de auxílio óptico especial, lentes de aumento, lupas ou telescópios que ampliam as imagens e de recursos não ópticos (letras ampliadas, canetas com traçado mais forte etc.) Além disso, o convívio com outras crianças serve de estímulo ao seu desenvolvimento global e adaptação ao mundo. Não se pode negar o convívio ao deficiente visual.

Ler com pouca ou muita luz prejudica a visão?
Ler com pouca luz só é mau para quem não consegue ler sem uma luz forte. O excesso ou a insuficiência de iluminação cansam e dificultam a leitura, mas não prejudicam os olhos. A fonte de iluminação não deve provocar sombras nem reflexo no objecto de leitura ou trabalho. Algumas doenças oculares provocam a necessidade de um foco de luz forte directo na tarefa que a criança executará.

Ler com o livro muito próximo dos olhos pode ser prejudicial para a visão?
Ler chegando perto do livro não prejudica os olhos. Por outro lado, pode ser a única maneira para poder ler.

Mitos
Cenoura melhora a visão?
Uma dieta rica em vitaminas (frutas, legumes e vegetais) melhora a condição física, mas não a cenoura, especificamente. São raros os casos de pessoas desnutridas ou com doenças no fígado que apresentam falta específica da vitamina A (presente na cenoura).

Pode-se fazer transplante de olho?
A única parte do olho que pode ser transplantada é a córnea. Não há possibilidade de se transplantar o olho todo.

Coçar os olhos faz mal?
É muito perigoso coçar os olhos! O olho é uma estrutura delicada, sem ossos no seu interior, por isso a pressão do dedo altera suas estruturas, levando ao aumento da pressão ocular, distorção corneana etc. A repetição desse trauma pode levar a várias doenças, inclusive ceratocone (distorção corneana).

Este trabalho é dedicado
a todas as crianças
com baixa visão

 

O Direito a educação inclusiva é LEI, se seu filho não tem o atendimento adequado procure seus direito, só assim podemos melhorar a qualidade de vida dos nossos e dos outros.

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